Leopoldense, morador do Bairro São Miguel, Everton Vanoni tem, aos 39 anos, a oportunidade de ser o auxiliar técnico do Aimoré no ano mais importante da sua história. Em entrevista à Rádio Índio Capilé, o profissional, que tem mais de 20 anos de trabalho em comissões técnicas, e ano passado chegou a treinar o São José de Porto Alegre, falou sobre sua relação com o clube da cidade e projetou a temporada do Índio.

Confira os principais trechos:

RELAÇÃO DE BERÇO

"Meu avô materno era torcedor do Aimoré. Levava minha mãe para o estádio. Ele faleceu quando eu tinha 6 meses, não tive contato com ele. Mas as circunstâncias da vida me levaram para que neste ano de Série D, de inserção nacional do Aimoré, eu possa participar. Vou trabalhar com todo afinco profissional, mas com um pouco mais de apelo à causa, de amor à essa história, representando esse legado que meu avô deixou."

RELAÇÃO COM O TÉCNICO GILSON MACIEL

"Eu sempre separo minha relação com o Gilson no interno ao clube e o externo ao clube. No externo, ele é um dos maiores amigos que fiz no futebol. Nos conhecemos há 16 anos, no XV de Novembro em 2005. A partir dali fomos trabalhar em 5 clubes juntos. Do portão para dentro dos clubes, eu respeito muito a hierarquia, o comando dele. Meu trabalho é esmiuçar as informações. O objetivo do treino ele determina, e a partir disso a gente determina o exercício em conjunto. Na parte técnica e tática, o Gilson por vezes me cede determinados comandos."

REGRESSÃO APÓS TREINAR O SÃO JOSÉ?

"A gente projeta a carreira, e as coisas vão se desenhando muitas vezes não da forma que gostaríamos. Mas a oportunidade aparece e a gente abraça. Foi uma experiência muito legal, infelizmente não deu certo. Na verdade eu ainda estava trabalhando, vinha conversando com o Gilson pela amizade que a gente tem, e disse para ele que um dos treinadores que eu seria auxiliar era ele. Eu não penso em regressão, em descenso, porque é um projeto novo. Eu me senti valorizado por poder trabalhar no clube da minha cidade e com um treinador que eu admiro."

DNA DO AIMORÉ E MODELO DE JOGO

"O Aimoré sempre foi um time competitivo, brigador, que não desiste, que tem um temperamento agressivo. Aquela história de que os jogadores entram em campo pelo tudo ou nada. Isso desde pequeno, quando ia no estádio com meu pai. Obviamente trazemos um pouco de conteúdo no sentido de pensar o jogo. O grupo de atletas oferece bastante variedade de características. Não adianta engessarmos uma ideia, pensarmos que só sermos brigadores e agressivos irá nos ajudar. Temos que ter alternativas."

JOÃO DENONI E JEAN ROBERTO COMO DUPLA DE VOLANTES

"Foi um teste interessante que a gente fez. Eu prezo muito pela estratégia. Às vezes o jogo pede que a gente jogue entrelinhas, com jogador de fundo, que feche a amplitude dos caras. Dentro das características do adversário a gente pode ser maleável no nosso modelo. Estamos treinando todas as possibilidades. É complicado avaliar individualmente. Eu acho que tudo é possível no futebol. Qualidade técnica os jogadores tem."

PLANEJAMENTO PARA OS AMISTOSOS

"A ideia do Gilson é que a gente possa rodar os jogadores nestes dois primeiros jogos, contra o Grêmio provavelmente também. Nos últimos três amistosos, contra equipes profissionais, daqui a pouco ele começa a esboçar uma realidade. Também temos que pensar na minutagem, que precisa ser evolutiva para que eles possam chegar no dia 28 aptos para jogar 90 minutos."


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Fabiano - 27/01/2021 14h08
Vamos índio começar a temporada com o pé direito