A facilidade de compreensão e comunicação denota a proximidade das raízes do paraguaio Pedro Silva, de 24 anos, com o Brasil. É de Minga Guazú, a 20 quilômetros de Foz do Iguaçu, que chega um dos cinco reforços do Aimoré para a Copa FGF. Fluente do guarani, o meia-atacante busca, agora, honrar a tradição de um outro índio: o capilé.
Para isso, depois de passagens por Chile, Emirados Árabes e Bulgária, Pedro se inspira em compatriotas de destaque no futebol brasileiro, como é o caso, atualmente, do zagueiro Gustavo Gómez, do Palmeiras. "Como todo mundo sabe, o futebol brasileiro é muito vistoso. Pessoalmente, é um passo importante para mim. Venho motivado para fazer as coisas bem, demonstrar meu futebol. Vários paraguaios passaram pelo Brasil e puderam triunfar. Espero fazer o mesmo, fazer meu nome aqui e somar o máximo que puder ao Aimoré", projeta.
Com uma perna canhota que tem chamado atenção nos treinamentos no Monumental do Cristo Rei, Pedro garante trazer consigo o espírito dos jogadores de seu país. E pretende ajudar o sistema ofensivo aimoresista de diferentes maneiras. "Primeiramente, como todo paraguaio, tenho muita garra, trato de lutar por toda bola. Gosto muito de bater ao gol, pisar na área, dar assistência. Também ajudar a equipe, correr e marcar", destaca o meia-atacante, que revela não ter preferência entre centro ou beirada. "Jogo nas duas posições. Em certos momentos do jogo gosto de estar mais no meio, em outros por fora. Não saberia te dizer se prefiro jogar de 'enganche' ou de 'extrema'".
Com um portunhol perfeitamente compreensível, Pedro sabe se fazer entender. Mas o mesmo não pode ser dito quando o guarani é utilizado. Isso pode ser um trunfo para o paraguaio em momentos de revolta. "No Chile aconteceu muito isso. Eu xingava os árbitros, mas os caras não entendiam nada", ri.
Foto: Leonardo Oberherr/CE Aimoré